E difícil de prender, o Deus.
Mas onde há perigo, cresce
Também o que salva.
No escuro moram
As águias, e intrépidas vão
As filhas dos Alpes sobre o abismo
Por pontes de construção leve e fácil.
Por isso, porque em volta se apinham
Os cumes do tempo, e os queridos
Vivem perto, esmorecendo
Em montes que tornam a distância infinita,
Dá-nos, água inocente,
Oh dá-nos asas, pra voar pra lá
De ânimo fidelíssimo e voltar de novo.
Friedrich Hölderlin. (2013)."Patmos", in Poemas. Relógio d´Água, (Trad. Paulo Quintela).
(A poesia é uma forma de
construir uma comunhão dentro da vida, uma forma de fogo envolvida na água,
dentro de nós próprios. Se a poesia formula uma revelação e se o seu
conhecimento é usando a expressão de Eugénio de Andrade, "também um fogo
de amor, em que o poeta se exalta e consome", a Filosofia assume a dupla
face do homem. O seu passado e o seu futuro à semelhança de Janus, figura da
mitologia romana. Da Filosofia, será a etiqueta onde se destacará a
actividade da Filosofia como forma e ação de filosofar. Ou seja, a construção
desse processo de pensamento, o filosofar agrupará alguns textos sobre os
valores, aquilo que faz o homem, a sua experiência e a relatividade da sua
vivência em cada época. Da Filosofia procurará em textos diversos
sublinhar a Filosofia como iniciação, isto é uma aprendizagem e uma revelação).
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