quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Ainda com Vergílio Ferreira

"Esperanças, sonhos, projetos. De acordo. E amarguras do tamanho da vida toda. Pois. mas é o que no contrato de todo o homem que nasce - e tu nasceste, já não foi mau, acaso o merecias, homem vil de gratidão? Sim. Mas o mundo e o que sou é apenas o que me existo, não o que existe na frieza da tua máquina de filosofar."

Para sempre relata a história de Paulo. Paulo é um homem só, que na fase final da sua vida recorda Sandra, a mulher que amou e que morrera. Recorda Xana, a filha que foi morrendo no abismo da droga. A mão que morrera na sua infância. A melancolia de um tempo que chega ao fim, tempo esse que pareceu eterno, mas que termina na solidão, no pessimismo, na visão negra da vida.

Neste livro, Paulo aguarda a morte e nos seus momentos de introspeção revê toda a sua vida com mágoa, com sofrimento e com dor... 
esta obra de Vergílio Ferreira é um livro de mágoas, um livro pessimista, negro. Um livro sobre a vida, sobre a necessidade que todos temos de pensar mesmo no fim dos nossos dias. Onde já nada poderá mudar.

Por outro lado é também um livro que considera a morte como sendo o remédio único e fatal para o sofrimento, para a culpa.
Considero-o um livro difícil de ler; não que a linguagem seja indecifrável ou o enredo confuso. É difícil porque provoca momentos de dor e introspeção profunda. Através das palavras, o autor transparece sentimentos que parecem atravessar as páginas e ir direitos ao nosso coração, à nossa alma. É como se nos conseguíssemos por no lugar de Paulo, todas aquelas dúvidas, todo aquele sofrimento, poderia ser o nosso.

Vergílio Ferreira tinha o dom de conseguir transmitir sentimentos ao leitor através de simples palavras, e isso faz com que no final do livro não lamentamos a vida da personagem, mas sim a própria vida...

Beatriz Esteves, 10ºH1

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ano novo

No início de mais um ano os desejos de reinventar em cada dia com cores brilhantes e criadoras de novos significados.