segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ciao Umberto!

Nesses dias, o mundo parecia pequeno. O País emergia de uma decadência feita de saudade e medo, abençoado pela sabedoria de igrejas mais velhas que as tias de província, essa melancolia de futuro que tinha sido o Estado Novo. Nesses dias, qualquer coisa parecia emergir para um sonho novo, mesmo que confuso e sempre com o atraso com que o País sempre se imaginou. Desses dias velhos emergiram oportunidades, quase visões de  cidades cosmopolitas a nascer com a força e a síntese de um olhar cultural, uma ideia filosófica da vida. Desse alargamento do tempo para criar avenidas mais largas, cresceu uma ideia de renovação do mundo e desse pobre País pela cultura e pelo conhecimento. Era um pouco tarde para fazer nascer dias de maio em manhãs de janeiro, sobretudo porque a visão foi compreendida por poucos e sentida ainda por menos.

Falemos pois dos dias de descoberta. Éramos uns provincianos vindos desse campo austero e transparente de serras e planaltos bordejando os rios e, quando olhámos pela primeira vez esse templo achámo-nos estrangeiros e misteriosos para a descoberta de quase tudo. Tornámo-nos quase urbanos e toda a grandeza dos espaços e dos recursos parecia um maravilhamento. Percebemos que era o futuro feito presente de todo o possível. Nenhum lugar construiu esse processo melhor e mais profundamente do que a Universidade. Ela era um oráculo cheio de mestres que, em Bibliotecas escondidas da luz, encontravam as relíquias do passado. Corredores infindáveis testemunharam essa procura entre labirintos para encontrar o texto, o livro, a interpretação capaz de nos dar uma visível forma de sabedoria, nós tão ignorantes entre as pedras tumulares do conhecimento.

Foi dele o primeiro livro que li, nesse templo de acesso às divindades mestras do que procurávamos conhecer e descobrir. Um livro como uma Bíblia, um conjunto de procedimentos e formas para ler, investigar, organizar, interpretar, conhecer. Um livro sobre essa revelação que é preciso fazer nos outros, sobre o processo de criação das palavras que organizamos, dos signos como uma linguagem para revelar o essencial de nós naquilo que profundamente estudamos. 
Um livro sobre o nosso futuro, um enredo de formulação de ideias capazes de nos tornar seres a tomar em atenção, os que sabem que a teorização das ideias não é o discurso narrativo da literatura. Um livro que seria a nossa mesa de cabeceira para essa conquista eterna de sermos construtores de conhecimento, suporte de um edifício que procura conhecer melhor o Homem para, nessa compreensão, antecipar caminhos e pensar as possibilidades do Homem, a vida e as suas linhas de pensamento. Esse livro chama-se Como se faz uma tese e desde esse dia, ele acompanha muitos dos que pensam ou querem pensar a essência desse facto notável que é a existência.

Foi com ele que mergulhámos nas Fontes Históricas, na Paleografia, na Diplomática, nas Teorias do Conhecimento, à procura desse mundo onde outros nos convidaram a entrar. Desse mundo de bibliotecas e arquivos tão ilimitados, quanto a nossa imaginação, fomos resgatar outros que nos indicaram os caminhos culturais de diferentes civilizações. Dessas viagens de materialidade no espiritual, um dia, recebemos outro livro dele que melhor nos fez entender o estudo da História Cultural do Ocidente Medieval, uma história de descoberta de um mistério entre signos da realidade. Propunha-nos a viagem de um jovem noviço e do seu acompanhante franciscano para compreender a própria natureza das coisas, e realidade única que permanece no seu nome. 

Com ele compreendemos que o mistério em  causa colocava questões essenciais de filosofia do mundo cultural em estudo. Ensinou-nos um conjunto de perceções. O mundo medieval não compreendia a desarmonia perante a beleza, não aceitava essa beleza como valor permanente, pois esse mundo não conhecia o valor grego da harmonia. A perceção do próprio mundo medieval, fechado em si, como uma metáfora da sua própria realidade externa. Deu-nos a conhecer os fundamentos desse mundo que opunha ciência e e teologia, que opunha o mundo natural ao passado. Ensinou-nos como a cegueira, uma forma de tirania, organizava o discurso narrativo da obediência, feita de imagens que formulavam uma religiosidade fechada ao espírito, impedido de questionar - o triunfo do dogmatismo sem possibilidades de construir o questionamento lógico. Revelou-nos, na sua narrativa, a oposição entre acumulação de riqueza e serviço de comunidade, entre poder e obediência e a elite deslumbrada com os seus privilégios. 
A cultura do Ocidente Medieval ficou esclarecida, assim como a evolução de possibilidades que era o pensamento de Aristóteles na Baixa Idade Média – as suas Inferências, o que se revela nos conceitos como real e o que se revela como provisório. Nesse labirinto de procura de respostas, a sua narrativa colocava o questionamento da própria eternidade e a ilusão transitória da vida. É um feito enorme desse grande livro, O Nome da Rosa

Depois houve outros, muitos outros, a crença de que caímos numa superficialidade, que nos tornámos preguiçosos, que das esquinas nasceram palavras diferentes e que usamos narrativas sem encanto, sem história(s), sem espanto. E, por isso tantos acreditam em superficialidades por demonstrar. Apesar de tudo, penso que no fim da vida ainda acreditava nas infinitas capacidades da imaginação e da leitura, da Biblioteca e do livro, como antecipação das formas que nos poderão destruir como pessoas, como entidades ontológicas do Universo. A este companheiro antigo, um abraço por tanto caminho desvendado. Ciao Umberto!

(Biblioteca - Luís Campos)
Imagem: © www.thesundaytimes.co.uk

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Preparando um caminho - O nome da Rosa

"A rosa antiga permanece no nome. Nada temos além do nome". 
(Umberto Eco, O nome da Rosa)

O Nome da Rosa de Umberto Eco é o seu livro de ficção mais marcante. Com ele pode construir uma narrativa que sempre o interessou, escrever os os signos que representam diferentes formas de linguagem e o modo como se apreende o mundo. Juntou, na sua narrativa, elementos históricos, o contexto cultural da Baixa Idade Média e as influências do platonismo nas ideias que o cristianismo tinha desenvolvido entre os séculos XI e XIII sob a influência de Santo Agostinho. O Nome da Rosa introduz o mistério da descoberta e coloca-nos perante a influência das ideias de Aristóteles para a construção de um caminho que levaria à construção do método científico.

A narrativa, que decorre no século XIV, inicia-se com o aparecimento de mortes inexplicáveis num mosteiro beneditino em Itália. Os monges mortos, que trabalhavam numa biblioteca, trazem uma marca do que se acreditava ser uma maldição demoníaca, os dedos roxos. A Igreja designa um padre que investigará o assunto e é estabelecido o tribunal inquisitório. Às portas do século XV, o mundo medieval está em colapso. O feudalismo desintegrava-se e em diferentes pontos uma atividade comercial fazia nascer formas embrionárias de um capitalismo comercial, introduzindo a moeda e promovendo o aparecimento de um grupo social novo, a burguesia.

O renascimento italiano, nascido em Florença e a Reforma de Lutero, no século XVI, dariam outra dimensão às monarquias absolutas e fariam nascer um novo mundo, uma renovação cultural que tornaria possível o nascimento da Ciência e a emergência do método científico. Esse novo mundo procurava recuperar a matriz greco-romano e os seus valores racionais, assim como a sua dimensão antropocêntrica. O Nome da Rosa prepara esse caminho, revelando a desintegração do teocentrismo e do dogmatismo medievais. Revela-nos, ainda, o discurso de poder em que a Igreja conolidava a sua ideologia teocêntrica.

Guilherme de Baskerville é a figura de um novo tempo. É uma figura da Igreja que nos apresenta uma visão mais tolerante, mais humanista e racional. As suas investigações e respostas são a chave da transição para um mundo novo. O Nome da Rosa, é no fundo, uma metáfora filosófica que procura encontrar a verdade e explicar um mistério. E fá-lo já com as ideias dos séculos seguintes, empiricamente.
Na sua investigação, ele não parte de ideias pré-concebidas, mas examina, questiona, e analiticamente, encontra uma resposta. A filosofia medieval, a do período mais forte foi influenciada por Santo Agostinho. A Alta Idade Média tentou conciliar o cristianismo e alguma da herança grega, mas apenas quando esta fosse interessante para a cultura medieval. Este período foi construído através de uma nova leitura de Platão com o cristianismo. Os mistérios da Biblioteca eram ainda essa junção desses dois mundos, onde se procurava saber se corpo e alma estavam unidos ou separados.
Em, O Nome da Rosa, estamos justamente perante uma Biblioteca secreta, pois só eram acessíveis as que tinham uma interpretação de acordo com o cristianismo medieval. Entre os textos proibidos, estão justamente os de Aristóteles. Os livros como fonte de conhecimento e de poder e o riso, como forma de desobediência ao dogmatismo estabelecido eram condições de desintegração de um mundo. A tradução do árabe dos textos de Aristóteles dariam outra dimensão às suas ideias que reformulariam a metafísica. Essas traduções invocavam valores novos, o empirismo e o materialismo. Os dedos azuis eram tão só o envenenamento de livros que não deviam ser lidos. Era preciso impedir uma nova forma de ver o mundo. É desse caminho atribulado que fala O Nome da Rosa.
O caminho que coloca em oposição os Franciscanos e Dominicanos e onde se compreende o papel da Inquisição na regulação do mundo cultural medieval. O caminho que separava um modelo monoteísta de ver o mundo daquele que escolhia a interpretação, a análise racional. O caminho que conduziria à indução que chegaria com a revolução científica do século XVII - o método científico. Por tudo isto se pode compreender o grande valor literário de O Nome da Rosa.
(Biblioteca - Luís Campos)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Para ires lendo... e pensando...(V)

Estabeleceu, portanto, o óptimo artífice que, àquele a quem nada de especificamente próprio podia conceder, fosse comum tudo o que tinha sido dada parcelarmente aos outros. Assim, tomou o homem como obra de natureza indefinida e, colocando-o no meio do mundo, falou-lhe deste modo:"Ó Adão, não te demos nem um lugar determinado, nem um aspecto que te seja próprio, nem tarefa alguma específica, a fim de que obtenhas e possuas aquele lugar, aquele aspecto, aquela tarefa que tu seguramente desejares, tudo segundo o teu parecer e decisão. A natureza bem definida dos outros seres é refreada por leis por nós prescritas. Tu, pelo contrário, não constrangido por nenhuma limitação, determina-la-ás para ti, segundo o teu arbítrio, a cujo poder te entreguei. Coloquei-te no meio do mundo para que daí possas olhar melhor tudo o que há no mundo. Não te fizemos celeste nem terreno, nem mortal nem imortal, a fim de que tu, árbitro e soberano artífice de ti mesmo, te plasmasses e te informasses, na forma que tivesses seguramente escolhido. Poderás degenerar até aos seres que são as bestas, poderás regenerar-te até às realidades superiores que são divinas, por decisão do teu ânimo.

Giovanni Picco della Mirandola. (1989). Discurso sobre a Dignidade do Homem. Lisboa: Edições 70, pp. 52-53

Luís Campos (Biblioteca)

O Renascimento - Algumas ideias (II)

O Renascimento propôs como grande renovação mental o alargamento da compreensão da Natureza e neste sentido fez uma crítica profunda ao que era o saber tradicional. As ideias relativas ao Universo, à Natureza e ao Homem embora influenciadas pela escolástica medieval ainda guardavam nomes essenciais da cultura greco-romana, como Aristóteles, Plotomeu ou Galeno. 

O Humanismo continuou a inspirar-se nesse mundo, mas fez uma leitura crítica desses autores. O grande valor do Humanismo renascentista foi ler os clássicos da cultura greco-romana com uma ideia de grande curiosidade para utilizar a razão na compreensão do universo, sempre conciliando essa herança com a observação da realidade.

O Humanismo renascentista procurou desenvolver a ideia de que o conhecimento tinha de ser confirmado pela sistema racional do Homem, mas também pela experiência. Leonardo, um dos grandes vultos do Renascimento considerava que todo o saber devia resultar da observação da Natureza e da interpretação dos factos através do uso da razão. As viagens dos séculos XV e XVI deram um contributo importante para esta ideia pelas correcções a que obrigaram pela actualização dos dados sobre o mundo físico. O aumento do conhecimento feito pela observação e experiência é devedora de figuras como o geógrafo Duarte Pacheco Pereira, o matemático Pedro Nunes ou o botânico Garcia da Orta. O mundo expandiu-se e isso permitiu melhor compreender o Homem e o Universo que habitava. 

A nova atitude ensaiada pelo Humanismo renascentista fez avançar o conhecimento em áreas até aí adormecidas pela visão do mundo da teocracia medieval. A astronomia e a anatomia foram duas das que mais avançaram. Na anatomia é essencial referir Leonardo da Vinci com os seus desenhos anatómicos, ou André Vasálio com as suas técnicas de dissecação de cadáveres. A astronomia ajudada pelos conhecimentos matemáticos e pelos geógrafos revelaram outra dimensão do mundo. A teoria heliocêntrica exposta por Copérnico em 1543 considerava que o Sol era uma estrela fixa,à volta da qual giravam os planetas, incluindo a Terra. O Renascimento ao abrir muitas áreas do conhecimento preparou a revolução científica do século XVII. Antes disso falemos no post seguinte sobre dois tópicos essenciais: 1. O homem do Renascimento; 2. A arte do renascimento.

Imagem - Sistema Heliocêntrico de Copérnico (Século XVI)

Luís Campos (Biblioteca)


O Renascimento - algumas ideias (I)

O Renascimento suportou-se como ponto de partida de um movimento de redescoberta dos valores da cultura greco-romana que já tinham interessado diferentes filósofos e pensadores da Antiguidade.  Esse movimento procurava chegar a um melhor conhecimento do Homem. Esses homens que nos séculos XV e XVI procuraram recuperar essa cultura clássica foram chamados de Humanistas. 

Homens que conheciam o grego e o latim e que se dedicaram ao estudo de autores antigos, como Platão, Aristóteles ou Vergílio. Leram esses autores, traduziram-nos, comentaram-nos e procuraram reeditar esses autores, para o que contaram com uma ferramenta essencial - a imprensa e a invenção de Guttemberg.

O Humanismo foi assim um dos pontos essenciais do Renascimento. O Humanismo não se limitou a recuperar a cultura clássica. Defendeu uma nova visão do mundo e da própria vida do Homem. Apresentaram uma nova concepção do Universo - a teoria heliocêntrica. Apresentaram-se como estudiosos de textos possuidores e que revelavam um grande sentido crítico da própria sociedade (Erasmo de Roterdão ou Thomas More são dois exemplos marcantes) conduzindo alguns para o estudo da Natureza, de modo a aprofundar o seu conhecimento. 

Os Humanistas dotavam a razão como uma ferramenta que permitia ao Homem conhecer o mundo e a vida, o que os conduziu para um conceito de Individualismo - a capacidade de cada um se realizar pessoalmente, incentivando a própria valorização de cada pessoa na sociedade. Em posts seguintes falaremos das áreas mais marcantes do Humanismo e da sua influência na criação literária, na concepção da natureza e na arte.

Imagem - Frescos da Capela  Degli Strovegni, pintados por Giotto (Pádua).

Luís Campos (Biblioteca)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Para ires lendo... e pensando...(IV)

A vida feliz é... uma vida conforme à sua própria natureza; não podendo ser alcançada, a menos que a alma esteja sã, em posse contínua da saúde, e que seja depois corajosa e enérgica, bela e paciente, adaptada às circunstâncias, cuidadosa do seu corpo e daquilo que lhe diz respeito, sem no entanto ficar inquieta, diligente em relação aos outros meios de embelezar a vida sem admirar nenhum deles, pronta a fazer uso dos presentes da sorte, mas não a sujeitar-se a eles. 

Compreenderás, mesmo que nada acrescente, que daí resultam a tranquilidade para sempre e a liberdade, pois ficamos livres daquilo que nos agita e assusta. Em vez de prazeres, em vez de alegrias ténues, frágeis e sujeita a desonra, nasce uma  imensa alegria, inabalável e constante; existem então na alma apaziguamento, acordo e grandeza aliados à doçura; pois a crueldade vem sempre da fraqueza.

[Q]uem nos impede de dizer que a vida feliz é uma alma livre, elevada, sem medo, constante, inacessível ao receio e ao desejo; para quem só existe um bem, a beleza moral, e um único mal, a indignidade? Tudo o resto é uma algazarra confusa que não retira nem acrescenta nada à vida feliz, que vem e que vai sem aumentar nem diminuir o soberano bem.

A verdadeira felicidade está, pois, na virtude. O que nos aconselhará ela? A não considerar um bem ou um mal aquilo que não é feito nem para a virtude nem para a maldade, a manter-nos inabaláveis em face do mal e na continuação do bem, de modo a, tanto quanto seja permitido, reproduzir a imagem de deus. [...] Em que é que [o homem que tende para a virtude] difere... dos... outros? Estes estão ligados estreitamente, apertados e mesmo encadeados; aquele avançou para as regiões superiores e se elevou mais alto, arrasta uma cadeia longa, não é ainda livre, mas já é quase livre. 

Séneca, A vida feliz, tradução e notas de João Forte, Lisboa: Relógio d´Água Editores, págs. 7-8, 9 e 26-27.

Luís Campos (Biblioteca)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O Renascimento - breves notas


Foge-me o doce lume costumeiro,
Razão e engenho da onda são tragados;
E eis que do porto já me desespero.

"CLXXXIX" - Sonetos de Petrarca

O Renascimento foi o segundo momento do que podemos chamar os dois episódios maiores da História Humana, no sentido de uma explosão do conhecimento e das fronteiras da própria dimensão de espaço social e cultural. O primeiro, como sabemos tinha-se dado no século V a. C na Grécia. O segundo deu-se no século XV, com especial destaque para as cidades italianas.

Renascimento significa um renascer sobre algo já conhecido, embora em formulações novas. O alargamento do conhecimento do mundo permitiu pensar os próprios limites em que vivia o Homem. O pensamento medieval embora tenha produzido uma sociedade com algumas formas de evolução tinha basicamente uma ideia monoteísta da construção cultural. Uma ideia teocêntrica do mundo guardava uma segurança na organização social e política e fechava muitas possibilidades à expressão individual dos indivíduos. O Renascimento introduziu um novo conceito de visão do mundo e de organização do próprio Universo, uma visão antropocêntrica, isto é baseada no Homem. Renascimento significa antes de mais a recuperação da cultura greco-romana.

De um modo resumido podemos dizer que o Renascimento representou uma profunda renovação intelectual e artística do modo de ver o mundo, tendo com isso produzido transformações profundas na próprias ideias. O Renascimento iniciou-se nas cidades italianas, porque estas tinham um conjunto de condições que favoreciam o aparecimento do movimento como o Renascimento.

 As cidades italianas eram compostas por pequenos Estados que rivalizavam na construção de obras de arte e no financiamento a artistas. Nas cidades italianas concentrava-se uma importante atividade comercial que lhes dava uma prosperidade económica. Nas cidades italianas existia uma memória material muito significativa desse mundo greco-romano. 

Nos mosteiros da Itália existia um valioso património das obras da Antiguidade Clássica, às quais foi dada atenção particular. O Renascimento difundiu-se para outros locais com algum significado como foi o caso das cidades da Flandres, ou a Inglaterra, a França ou a Alemanha. O renascimento teve uma influência muito significativa na arte e no pensamento. Em posts seguintes destacaremos os aspectos mais significativos dessa produção cultural sob valores novos.

Imagem - Cúpula de Santa Maria del Fiore
(Florença - obra de Filippo Brunelleschi - Séc. XV)

Luís Campos (Biblioteca)