A beleza mágica da pintura entre Quatrocentos e Quinhentos passou
pelas ideias de modernismo de Alberti e pelo seu Tratado de Pintura, onde surge
uma teoria perspectivista da arte de olhar.
Diz Alberti, “a pintura, não será outra coisa que a intersecção da
pirâmide visual segundo uma distância dada, estando o centro da visão colocado
a luzes dispostas numa certa superfície representada com arte por meio das
linhas e das cores”.
Alberti marcará o Renascimento e dará às ideias da cultura clássica um
novo alvorecer. Com ele floresce essa luz criada pela magia da arte europeia entre
Quatrocentos e Quinhentos, com destaque para a pintura, onde o quadro é uma
janela aberta. Dentro da janela o espaço multiplica os planos, onde a
organização se faz segundo uma sucessão de aprofundamentos que se integram e se
modelam pela luz e pela cor. Nesta pintura que se desenvolve entre Quatrocentos
e Quinhentos o papel da pintura flamenga e da pintura a óleo são indissociáveis
neste movimento. É esse tratamento a óleo que permite construir um efeito de magia
no sentido em que as figuras parecem envolvidas e mergulhadas numa luminosidade
que excede o natural.
Fonte: História da Beleza. (2005). Umberto Eco. Lisboa:Difel.
#Obelocomorepresentação
Imagem – Jan Van Eyck, Virgem do chanceler Rolin, c. 1435, Museu do Louvre, Paris
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