terça-feira, 11 de abril de 2017

Conteúdos na rede - A representação do belo - [O século XVIII] (1)

Quando Newton publicou em 1687, Dos Princípios da Filosofia Natural era um ciclo que se fechava e um outro que se iniciava. Se o livro de Newton configurava uma extraordinária aventura do pensamento humano, ele pelas informações que dava sobre os princípios mecânicos do mundo natural incentivou um conjunto de descobridores e inventores para que tudo fosse mais eficaz. Nos anos seguintes nasceria aquilo que se conhece como A Era das Revoluções. A industrial em primeiro lugar, a da razão iluminista e a das revoluções. O século XVIII é muitas vezes considerado como um século racional, cheio de coerência. O século XVIII foi também um século de extremos, de paixões e de sonhos, nem sempre pacíficos. Foi o século XVIII que inventou a noção de progresso, um conceito de evolução, como se ele fizesse parte da própria natureza das coisas. Nesta etiqueta a razão e a beleza viajaremos sumariamente pelos sonhos de beleza e razão do século XVIII.

Fonte: História da Beleza. (2005). Umberto Eco. Lisboa:Difel.
Imagem: Johann Zoffany, Charles Townley e os seus amigos na Townley Gallery, Townley Hall Art Gallery and Museum, Burney, Lancashire, 1781-1783.
#Arazãoeabeleza#Obelocomorepresentação

O século XVIII, muito embora seja pensado em diferentes fontes, como um período que se define por uma procura linear pela razão e ausente de contradições sabemos que não é assim. A razão do iluminismo convive com duas oposições, que são a manifestação de tantas outras ligadas à sociedade. É curioso que no século XVIII encontramos o expoente do pensamento iluminista com Kant, certamente um conjunto de ideias muito luminosas e por outro o Marquês de Sade, um espírito inquietante de um teatro de vida pouco luminoso. O Iluminismo viverá numa tentativa de conciliar a Beleza do Barroco, ainda ligada ao gosto aristocrático, a uma alegria de vida e um espírito neoclássico à procura do culto da razão.

Fonte: História da Beleza. (2005). Umberto Eco. Lisboa: Difel.
Imagem: Jean- Honoré Fragonard, O Baloiço, 1770, Coleção Wallace, Londres.
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O lado luminoso da razão:
“O homem que tem um temperamento sanguíneo tem como predominante o sentimento do Belo: as suas alegrias são estridentes e cheias de vida; quando não está alegre, está insatisfeito e conhece muito pouco a felicidade silenciosa. A variação é bela e ele gosta da mudança. Procura a alegria em si próprio e à volta de si, alegra os outros e é um bom companheiro. Sente fortemente a simpatia moral: a felicidade dos outros alegra-o, o seu sofrimento suscita a sua piedade.”

Immanuel Kant, Observações sobre o sentimento do belo e do sublime, II, 1764.
Imagem: Jean-Baptiste Chardin, O rapaz do pião, 1738, Museu do Louvre, Paris.
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