Quando Newton
publicou em 1687, Dos Princípios da Filosofia Natural era um ciclo que se
fechava e um outro que se iniciava. Se o livro de Newton configurava uma
extraordinária aventura do pensamento humano, ele pelas informações que dava
sobre os princípios mecânicos do mundo natural incentivou um conjunto de
descobridores e inventores para que tudo fosse mais eficaz. Nos anos seguintes
nasceria aquilo que se conhece como A Era das Revoluções. A industrial em
primeiro lugar, a da razão iluminista e a das revoluções. O século XVIII é
muitas vezes considerado como um século racional, cheio de coerência. O século
XVIII foi também um século de extremos, de paixões e de sonhos, nem sempre
pacíficos. Foi o século XVIII que inventou a noção de progresso, um conceito de
evolução, como se ele fizesse parte da própria natureza das coisas. Nesta
etiqueta a razão e a beleza viajaremos sumariamente pelos sonhos de beleza e
razão do século XVIII.
Fonte: História da
Beleza. (2005). Umberto Eco. Lisboa:Difel.
Imagem:
Johann Zoffany, Charles Townley e os seus amigos na Townley Gallery, Townley
Hall Art Gallery and Museum, Burney, Lancashire, 1781-1783.
#Arazãoeabeleza; #Obelocomorepresentação
O século XVIII, muito
embora seja pensado em diferentes fontes, como um período que se define por uma
procura linear pela razão e ausente de contradições sabemos que não é assim. A
razão do iluminismo convive com duas oposições, que são a manifestação de
tantas outras ligadas à sociedade. É curioso que no século XVIII encontramos o
expoente do pensamento iluminista com Kant, certamente um conjunto de ideias
muito luminosas e por outro o Marquês de Sade, um espírito inquietante de um
teatro de vida pouco luminoso. O Iluminismo viverá numa tentativa de conciliar
a Beleza do Barroco, ainda ligada ao gosto aristocrático, a uma alegria de vida
e um espírito neoclássico à procura do culto da razão.
Fonte: História da
Beleza. (2005). Umberto Eco. Lisboa: Difel.
Imagem: Jean- Honoré Fragonard, O
Baloiço, 1770, Coleção Wallace, Londres.
#Arazãoeabeleza; #Obelocomorepresentação
“O homem que tem um
temperamento sanguíneo tem como predominante o sentimento do Belo: as suas
alegrias são estridentes e cheias de vida; quando não está alegre, está
insatisfeito e conhece muito pouco a felicidade silenciosa. A variação é bela e
ele gosta da mudança. Procura a alegria em si próprio e à volta de si, alegra
os outros e é um bom companheiro. Sente fortemente a simpatia moral: a
felicidade dos outros alegra-o, o seu sofrimento suscita a sua piedade.”
Immanuel Kant,
Observações sobre o sentimento do belo e do sublime, II, 1764.
Imagem: Jean-Baptiste
Chardin, O rapaz do pião, 1738, Museu do Louvre, Paris.
#Arazãoeabeleza; #Obelocomorepresentação
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