sexta-feira, 8 de abril de 2016

O valor das Humanidades (III) - Tópico I

As Humanidades como campo de estudo são hoje amplamente desvalorizadas pela sociedade. Os jovens e adolescentes formam-se cada vez menos nessa área de estudo. Estudos como os das Artes, Letras, História ou Filosofia têm captado um ganho de desinteresse preocupante. Há uma cultura corrente que promove a ideia que nos estudos ligados às Áreas da Ciência é mais fácil obter um emprego e por consequência ter uma vida economicamente mais recompensadora. A realidade vai desmentindo esta certeza. A concorrer para uma despromoção dos Estudos Humanísticos está o facto de que a evolução tecnológica dará um suporte a uma sociedade onde nesse tipo de conhecimentos são mais necessários. 

"O telemóvel é uma ferramenta para aqueles cujas profissões requerem uma resposta rápida, tais como médicos ou canalizadores". (1) 

As tecnologias trouxeram possível acelerar formas de comunicação e aceder a informação de uma forma muito visível e rápida. O telemóvel tem vindo a substituir em grande medida outros suportes tecnológicos e caiu-se numa vulgarização da sua utilização, a ponto de ser um identificador de cidadania. Assim hoje é considerado essencial qualquer pessoa ter um telemóvel, de preferência os mais recentes. Hoje aparecer em redes sociais é considerado essencial. A nova geração, a minha geração vive assim das tecnologias, tal como a sociedade. Não será este comportamento um vício, esta tendência de aparecer nas redes sociais, a sucessivamente a teclar, como se elas fossem o coração, como se não fosse possível viver sem a sua utilização frequente e contínua?

"As redes sociais dão direito à palavra a uma legião de imbecis, que antes destas plataformas, apenas falavam nos bares, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a colectividade. O drama da internet é que promoveu o idiota da aldeia a detentor da verdade. Normalmente, eles (os imbecis) eram imediatamente calados, mas agora têm o mesmo direito à palavra que um Prémio Nobel." (2) 

Beatriz Conceição (10º C1)
(1/2) - Umberto Eco, Entrevista: Jornal Público.

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