quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O medo

O pensamento é a origem do medo. Se não houvesse pensamento, não haveria medo. Se nós não tivéssemos nenhum pensamento relativamente à morte (como, por exemplo, "que aconteceria se eu morresse?") e a morte ocorresse neste mesmo instante, ninguém iria ter medo. É o pensamento a respeito da morte que nos inquieta, vindo das vivências do passado e projetado no futuro. O pensamento formou, por meio da experiência, reações de proteção, tanto físicas, como psicológicas.

Quando encontras um cobra, há uma reação instintiva de autoproteção. Esta espécie de medo, é necessária, porque, de contrário, serias mordido. Há, pois, esse instinto de autoproteção, que se formou com o tempo, com a experiência. Esse instinto É "ativado" quando te deparas com um animal selvagem, ou ao veres um autocarro a alta velocidade, etc. Essa reação deve existir, para seres equilibrado. Mas nenhuma outra forma de medo é saudável, porque foi criada pelo pensamento, pela reação da memória, que se acumulou através da experiência, e é "projetada" pelo pensamento.

O pensamento projeta-se no futuro. Vejamos esta situação: Ele não deseja morrer; Não sabe o que virá a ser; Sabe o que é no presente, com toda a agitação, ansiedade, sofrimento, angústia em que vive; Por isso, projeta-se no futuro e sente medo. Porque está confuso, incerto, sem clareza, ele "projeta" uma ideia de permanência, e, por conseguinte, teme não alcançar essa permanência. Tem medo da opinião pública, porque deseja ser respeitável; Por isso, ele atemoriza-se com que a sociedade possa dizer, e, assim, quer proteger-se. Tem medo de todos os incidentes conscientes e inconscientes. Assim, devemos enfrentar cada facto quando surge, sem pensamento; Observar simplesmente cada obstáculo que surge, como num clarão, isto é, sem um "padrão" de acontecimentos à volta.

Enquanto não controlares o teu pensamento, o medo será inevitável. Pensar é uma reação a um "desafio". Se eu te perguntar se és católico, vais me responder "sim" (ou não se for o caso). Esta "resposta", ou reação, é imediata, por que foste criado nessa sociedade, nessa cultura. Todo o pensar é reação da memória. E memória é associação. A memória resulta de inumeráveis experiências, conscientes e inconscientes. 
O pensamento tenta traduzir o medo, interpretá-lo, moldá-lo, negá-lo, livrar-se dele, superá-lo.
O pensamento resulta da memória; só é capaz de "reagir" ao que já conhece. O medo não é constante. Embora possa existir permanentemente no inconsciente, o medo não se manifesta continuamente. Mas a mente, o pensamento deseja segurança, deseja estabilidade. O pensamento nunca é livre, porque o pensamento é reação do que antes foi, em relação com o que virá a ser.

Sara, 11º H1
Imagem: Copyright - Amin Pishevari

1 comentário:

  1. Foi a Maria Corrêa que escreveu. E é verdade Maria: "Enquanto não controlares o teu pensamento, o medo é inevitável". Parabéns.

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